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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Monumento a João Cândido, o Almirante Negro - (Praça 15)

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Na Praça 15, bem próximo às águas da Baía de Guanabara (foto), temos a estátua que homenageia João Cândido, também chamado "O Almirante Negro", codinome que, até hoje, a Marinha do Brasil não aceita.

Apesar da escravidão, oficialmente, ter sido extinta no Brasil desde 1888, nos navios da Marinha Brasileira prevalecia uma relação que podemos considerar análoga à escravidão: uma massa de marinheiros majoritariamente formada por negros e mulatos sofriam castigos físicos e absurdas arbitrariedades de uma oficialidade formada por brancos. A situação foi se deteriorando de uma tal forma que entre 22 e 27 de Novembro de 1910 marinheiros revoltados contra os castigos físicos iniciaram um movimento que entrou para a história como "A Revolta da Chibata".

Em navios de poder de fogo considerável (como o Encouraçado Minas Gerais), os marinheiros revoltosos ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro, que àquela época era a capital federal. Em assembléia os marinheiros escolheram João Cândido como o líder da Revolta e dos navios amotinados. Daí a alcunha, refutada pela Marinha, de Almirante Negro.

Apesar de receberem garantias da Marinha e do Governo Federal de que a "chibata" teria seu fim e que não seriam punidos, caso se rendessem, os marinheiros revoltosos foram traídos por ambas as instituições, e foram expulsos da Marinha, outros foram presos, assassinados ou torturados.

O próprio João Cândido foi expulso da Marinha, colocado em uma prisão insalubre com outros 17 presos, na Ilha das Cobras (Baía de Guanabara), ali jogaram cal virgem sobre os prisioneiros, e passadas 24 horas, apenas João Candido e um outro prisioneiro sobreviveram.

João Cândido faleceu no Rio de Janeiro em 1969, aos 89 anos, de câncer.

Em 2008 o Governo Federal anistiou João Cândido (a estátua é dessa época) mas, estranhamente, o governo não determinou nenhuma reparação econômica aos descendentes do "Almirante Negro".

João Cândido foi homenageado na canção "O Mestre Sala dos Mares", escrita por João Bosco e Aldir Blanc e imortalizada por Elis Regina.

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Foto: Vinício Antônio Silva. Estátua em Homenagem à João Cândido, O "Almirante Negro" - Praça 15, Centro. Rio de Janeiro: Capital Cultural Brasileira.
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“Levantemos a cidade que ficará por memória do nosso heroísmo e do exemplo de valor às vindouras gerações, para ser a rainha das províncias e o empório das riquezas do mundo”

ESTÁCIO DE SÁ - 1565

Vinício Antônio Silva é guia credenciado pela EMBRATUR e fotógrafo amador.

Pontos de Interesse: Rio de Janeiro Turismo Histórico

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