Ainda sobre a existência, ou não, de subúrbios na cidade do Rio de Janeiro, vejamos alguns dados meramente populacionais de alguns bairros da Zona Oeste da Cidade.
Aos sábados circula no Jornal Extra o encarte que é centrado nas notícias da Zona Oeste e das cidades de Angra dos Reis, Itaguaí, Mangaratiba e Seropédica. Ironicamente, o Jornal Extra pertence ao grupo empresarial das organizações Globo, cujos telejornais frequentemente se referem às Zonas Oeste e Norte da cidade como "subúrbios".
Mas, vamos ao que interesa: na segunda página do encarte, existe um mapinha com as populações de cada bairro carioca e das cidades onde há a circulação do referido caderno. Vejamos alguns dados para realizarmos uma comparação populacional de alguns "subúrbios" da Zona Oeste com as cidades em questão.
Campo Grande, a maior população da região em análise (e de todos os bairros do Rio) possui, segundo as informações do mapa o notável e nada desprezível número de 297.494 habitantes, só para efeitos de comparação, Angra dos Reis, maior população entre as cidades atentidas pelo encarte Oeste do Extra possui 169.270 habitantes, observe a situação paradoxal: Campo Grande com quase 300.000 habitantes, é considerado um bairro suburbano, mas Angra é normalmente aceita como uma cidade! Não estou aqui desmerecendo Angra, cidade que aliás gosto muito e falarei dela em breve nesse espaço, o que estou argumentando é a falta de critério em se chamar de "subúrbios do Rio" bairros que são muito maiores que cidades!
Prosseguindo, porém sem escrever muito, para não ser chato, segue uma lista com mais cinco bairros e o restante das cidades atentidas pela circulação do Oeste:
Bairros:
Bangu: 244.518 habitantes.
Santa Cruz: 191.836 habitantes.
Realengo: 176.277 habitantes.
Senador Camará: 111.231 habitantes.
Guaratiba: 87.132 habitantes.
Cidades:
Itaguaí: 109.163 habitantes.
Mangaratiba: 36.311 habitantes.
Seropédica: 78.183 habitantes.
É facilmente perceptível a diferença populacional.
É bom que os políticos olhem para esses bairros com o respeito e a importância que eles merecem, quem mora no Rio sabe: frequentemente as eleições de prefeito e governador são decididas pelos votos da Zona Oeste.
Mesmo os bairros menos densamente habitados da Zona Oeste, não podem nunca ser considerados subúrbios, pois as atividades econômicas predominantes ali são em sua quase totalidade atividades URBANAS.
E, como um último argumento para se abandonar de vez a idéia de subúrbio: é bom perceber (por bem ou por mal) que a cidade do Rio de Janeiro só pode crescer atualmente para uma parte do seu território. Você consegue adivinhar qual?
Veja também: Fábrica Bangu, Mais Sobre Subúrbios
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Foto: Vinício Antônio Silva. Chafariz no Centro de Campo Grande.
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“Levantemos a cidade que ficará por memória do nosso heroísmo e do exemplo de valor às vindouras gerações, para ser a rainha das províncias e o empório das riquezas do mundo”
ESTÁCIO DE SÁ - 1565
Vinício Antônio Silva é guia reconhecido pela EMBRATUR e fotógrafo amador.
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